Higiene da Região Íntima Feminina

Higiene da Região Íntima Feminina

Algumas dicas para as mulheres sobre a higiene da região íntima.

Nos dias de hoje, ainda existem alguns tabus e notável desinformação quando o assunto é o cuidado e higiene das regiões íntimas. Por isso, conversas entre amigas e também com profissionais da saúde precisam ser estimuladas para que cada vez mais mulheres saibam como realizar a higienização adequada da região.

Para colaborar com essa temática importante, resolvemos compartilhar algumas dicas e recomendações sobre saúde e limpeza da vagina.

Antes de mais nada, há um mito que precisa ser derrubado: uma vagina saudável não exala aroma de rosas. Está presente no imaginário popular que essa parte do corpo deve estar sempre seca, sem pelos, corrimentos ou odores. Saibam que, tais características não são compatíveis com uma vagina saudável.

Na fase da menstruação, com a enxurrada de hormônios, é comum que o fluxo de secreções liberadas pelo canal vaginal aumente e que os pelos cresçam, tornando a transpiração abundante. Esses fatores favorecem o surgimento de odores característicos na região, o que é algo natural. Por isso, é essencial ter conhecimento dos processos que acontecem no seu corpo para evitar neuras inquietantes.

Entretanto, fique sempre atenta às alterações na coloração do corrimento. O normal é que ele seja bem clarinho. Tons esverdeados ou amarelados, acompanhados de odores fortes podem ser sinais de infecções. Caso exista alguma dúvida sobre a normalidade do corrimento, não demore a procurar ajuda de especialistas.

Importantíssimo ressaltar: a lavagem da vagina (que é a parte interna do aparelho genital feminino) com a inserção da ducha ou mesmo dos dedos, não é de maneira alguma aconselhável!

O canal vaginal está repleto de bactérias que desempenham papel fundamental no combate a uma série de doenças. Realizar lavagens na região desregula esse conjunto de micro-organismos que compõem a flora vaginal e acaba por deixar a vagina desprotegida. Portanto, a higienização da região íntima é sempre feita na parte externa, a chamada vulva.

Mesmo durante algum processo infeccioso, não caia na tentação de lavar a vagina compulsivamente para “afastar a bactéria”. Uma higienização correta contempla apenas a parte externa e pode ser feita até três vezes ao dia, sendo apenas uma com o uso de sabonetes.

Antes e depois do sexo

A insegurança em relação aos odores da região íntima antes das relações sexuais é algo que incomoda a maioria das pessoas. Porém, especialistas afirmam que a higienização ideal é feita apenas após o sexo para a retirada de agentes que podem desencadear infecções: as secreções e o lubrificante do preservativo. Água, sabonete e nada mais. Claro que aquela refrescada na vulva antes do sexo não faz mal, porém voltamos a ressaltar: evite ao máximo fazer a higienização antes do sexo com duchas no canal vaginal, pois além dos motivos já citados sobre a flora vaginal, pode ocorrer algum tipo de machucado ou lesão.

Depois do sexo você não precisa sair em disparada para o chuveiro e, caso não exista a possibilidade de tomar uma ducha, os lenços umedecidos podem ajudar bastante. Mesmo nesse momento a ducha íntima não é recomendada.

Depois do ciclo menstrual ou do contato com o esperma do parceiro parece ser uma ótima ideia lavar o canal vaginal, mas não é bem assim. Substituir as bactérias benéficas do seu organismo por outras perigosas aumenta o risco de uma vaginose bacteriana.

Somente em alguns casos bastante específicos, como quando o pH vaginal está alterado, é que um médico pode receitar duchas íntimas e, nessas situações há também medicamentos envolvidos no processo.

Sabonetes íntimos

Eles deixam dúvidas e controvérsias mesmo entre especialistas. Há médicos que aconselham a higienização da vulva somente com água. Outros compartilham a opinião de que somente água não é capaz de fazer uma limpeza efetiva e indicam uso de sabonetes.

O que fica em questão é o seguinte: usar sabonete íntimo ou comum? Nesse aspecto, também, a dúvida permanece.

Há ginecologistas que afirmam que os sabonetes íntimos têm a vantagem de deixar o pH da região próximo ao ideal, mais ácido. Outros defendem a teoria de que um sabonete neutro comum não fica devendo em nada para os produtos feitos exclusivamente para a limpeza da vulva.

A dica que pode ser útil é esta: evite os sabonetes muito cheirosos e coloridos, pois possuem componentes que podem dar início a um processo de alergia.

Outra sugestão para os dias mais corridos em que não há muito tempo para uma higienização ideal, é usar os lenços umedecidos. Antes de colocar a calcinha novamente, dê um tempo para que a genitália esteja bem seca. Inclusive, os lenços umedecidos podem ser bons substitutos para aquele papel higiênico de baixa qualidade que tende a irritar a vulva e soltar pedacinhos que ficam presos entre os lábios.

Durante a menstruação

Nesse período muitas mulheres tomam banhos extras para renovar o frescor e o conforto. Ginecologistas indicam que a higienização da vulva, nesses períodos, pode ser feita quantas vezes for necessária, desde que o uso do sabonete não exceda duas vezes diárias. Dessa forma evita-se ressecamento e alergias na região.

O mais importante é não ficar mais de quatro horas com o mesmo absorvente, afinal bactérias e fungos encontram no sangue um catalisador para sua proliferação.

Caso não esteja em casa, a indicação é fazer a limpeza da vulva com lenços umedecidos antes de trocar o absorvente.

Para as mulheres adeptas do coletor menstrual, fiquem atentas às recomendações dos fabricantes para mantê-los sempre limpos.

A lavagem das calcinhas

O mais indicado é realizar a lavagem das roupas íntimas com sabão neutro e em água corrente. Entretanto, sabemos que a correria do cotidiano é a máquina de lavar que fica encarregada dessa função. Tudo bem, mas se for possível tente lavar as calcinhas separadas das outras roupas. Evite o uso de amaciantes, pois podem causar alergias.

Se você tem o hábito de lavar as calcinhas no banho, também não tem nenhum problema, mas coloque-as para secar fora do banheiro, de preferência ao sol. A umidade do ambiente pode fazer multiplicar os fungos e bactérias no tecido.

Aproveitando a deixa das calcinhas, as melhores para a saúde da região íntima são as feitas de algodão, pois permitem a respiração da pele, enquanto as menos recomendadas são as de lycra. E na hora de dormir, opte por fazê-lo sem nenhuma roupa íntima, assim a vulva pode ficar arejada durante toda noite.

Em caso de qualquer dúvida, é importante que você entre em contato com a ginecologista de sua confiança. Não deixe para depois o cuidado com sua saúde íntima. Esperamos que essas dicas tenham ajudado. Até a próxima!