Endometriose e Fisioterapia Pélvica

Endometriose e Fisioterapia Pélvica

Cada vez mais portadoras de endometriose tornam-se adeptas da fisioterapia pélvica. Afinal, fisioterapeutas especializados na área da saúde feminina têm contribuição efetiva no tratamento da doença quando compõem os quadros de equipes multidisciplinares.

Você pode estar se perguntando o que fisioterapia tem a ver com endometriose. Iremos te explicar.

Quando apresentamos dores nos joelhos ou ombros, por exemplo, é muito provável que iremos visitar um fisioterapeuta para cuidar dos ligamentos, ossos e músculos dessas regiões, não é mesmo?

O mesmo pode ser feito para corrigir alterações causadas pela endometriose nos ligamentos, ossos e músculos que constituem a pelve e o abdômen.

O tratamento com fisioterapia começa com uma avaliação completa dos sistemas fasciais, da musculatura, do alinhamento e dos padrões de movimentos corporais que envolvem abdômen, pelve e coluna.

Concluída essa avaliação, é possível desenvolver um plano de tratamento individualizado que leve em consideração as particularidades e necessidades específicas de cada paciente.

O objetivo é resolver possíveis problemas decorrentes das dores severas e incapacitantes causadas pela endometriose.

3 Benefícios da Fisioterapia Pélvica para Mulheres com Endometriose

Abaixo listamos alguns benefícios da fisioterapia pélvica para as pacientes com endometriose.

1 – Fortalecimento do assoalho pélvico:

O assoalho pélvico auxilia na fixação da estrutura óssea da pelve, estabiliza as articulações dessa parte do corpo e sustenta os órgãos pélvicos. Também é responsável pela continência urinária e fecal, além de ser importante para o prazer sexual por estar ligada aos mecanismos do orgasmo.

Com formato afunilado, o assoalho pélvico conecta as partes posterior, anterior e lateral da pelve, com “pontes” musculares entre vagina, reto, uretra, útero, bexiga e intestino.

Quando há tecido análogo ao endométrio nessa região, é provável que a coordenação entre relaxamento e contração da musculatura pélvica fique comprometida, o que pode gerar a disfunção do assoalho pélvico. Entre os sintomas dessa condição, podemos listar:

  • micção frequente;
  • dores ou ardor ao urinar;
  • dispareunia (dor durante o contato íntimo);
  • dores nas costas, nos quadris e na articulação sacro-ilíaca;
  • dor ao evacuar;
  • incontinência urinária e fecal.

A fisioterapia pélvica auxilia a normalizar a disfunção pélvica com diferentes intervenções e exercícios com o objetivo de estimular a coordenação dos componentes do assoalho pélvico.

2 – Tratamento de outras causas de dor:

É necessário ressaltar que mesmo em pacientes com endometriose, podem ocorrer dores que não estão relacionadas diretamente à doença. Desse modo, o tratamento da endometriose por si só, muitas vezes não é o suficiente para o alívio desses incômodos.

É comum que mulheres com endometriose desenvolvam outras enfermidades, como é o caso da cistite intersticial (CI).

Além dos sintomas urinários, a CI pode causar dor na parte baixa do abdômen, costas e pernas, além de incômodos no assoalho pélvico. Outras pacientes podem apresentar quadros de neuropatia ou vulvodínia. 

Esses três distúrbios causam danos em músculos e nervos que a fisioterapia pélvica é capaz de aliviar.

3 – Obtenha maior controle sobre sua vida e sobre a endometriose

Por ser uma doença de difícil diagnóstico, que leva em média 7 anos para ser concluído com êxito, muitas mulheres convivem há tempos com dores severas sem alívio significativo. Grande parte delas também teve seus sintomas desvalorizados ao menos uma vez na vida.

Essas experiências, somadas a frustração de tratamentos mal-sucedidos, podem deixar as pacientes desesperançosas.

É preciso ter ânimo e deixar o medo de tentar mais uma vez. A fisioterapia pélvica proporciona à mulher a oportunidade de ser a peça chave para o próprio tratamento, algo que fortalece o vínculo entre a paciente e a equipe multidisciplinar.

Os resultados positivos da fisioterapia pélvica muitas vezes surpreendem as pacientes. O tratamento de distúrbios musculoesqueléticos melhora a qualidade de vida das mulheres, capacitando-as a lidar melhor com a endometriose.

Ao aprender técnicas que podem ser utilizadas em episódios de dor e conhecer profissionais dispostos a ajudar, as pacientes compreendem que não estão sozinhas e que apesar da presença da endometriose, sempre é possível ter influência em nossa própria vida. 

A dor não nos define.